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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Homenagem à servidão voluntária

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CARNEIRO (Roger Waters - Pink Floyd/1977)*

Sã e salvo passando o tempo em verdes pastagens
Vagamente ciente de certa inquietude no ar
Melhor ficar alerta
Pode haver cães nas redondezas.
Olhei além do Jordão e eu vi
As coisas não são o que parecem

O que você ganha fingindo que o perigo não é real?
Manso e obediente, você segue o líder
Por bem conhecidos corredores num vale de aço.
Oh, que surpresa!
Um choque terminal nos seus olhos.
Agora as coisas realmente são o que parecem
Não, isto não é um pesadelo.

O Senhor é meu pastor, nada devo desejar.
Ele obriga-me a deitar
Por verdes pastagens Ele me conduziu até silenciosas águas
Com reluzentes facas Ele libertou minha alma.
Ele me pendurou em ganchos em lugares altos
Converteu-me em cortes de carne de carneiro
Pois o Senhor tem grande poder e muita fome.
Quando chegou o dia, nós os humildes
Através de silenciosa reflexão e grande dedicação
Dominamos a arte do karatê
Senhor, devemos nos erguer
Então faremos os velhacos chorarem
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Tradução livre deste Blog (trecho).

Uma assembleia não-estatutária de prest..., não, de imposição de contas

Um comentário:
O pastor evangélico Néris de Souza tinha seu rebanho fiel.  A pastora trosco-morenista(*) Carla Cobalchini tem também seu rebanho, fiel e disciplinado. Ontem, no RU central, cerca de meia centena de pessoas se comportaram segundo o figurino obediente exigido pelo PSTU que controla o Sinditest. Aprovaram por ampla maioria, sem pestanejar, as prestações - atrasadas - das contas dos exercícios financeiros de 2013 e 2014.  Os poucos votos contrários e abstenções vieram da Oposição Sindical e de quem não se deixou convencer pela performance dos oradores Carlistas que clamaram pela mera homologação das contas, sem debate nenhum.

O processo, contudo, foi fora dos dispositivos do Estatuto do próprio sindicato e, fosse uma entidade de fato séria, e o movimento mais consciente de seus direitos, invalidaria tudo.   Antes de explicar por quê, uma breve digressão sobre o significado do Estatuto sindical.

O Estatuto foi objeto de muita polêmica nos últimos meses.  Todos no movimento do Sinditest - Diretoria e Oposição Sindical - concordam na necessidade de reforma do velho Estatuto registrado em 1994. Divergem profundamente no método de como fazer essa mudança e no conteúdo dela.  Porém, fato é que, se o Estatuto é assim tão importante, é para ser seguido à risca, certo?  Transparência e prestação regular dentro do prazo estatutário das contas são uma obrigação, não um favor da Diretoria, certo?

Não para o PSTU, que domina de cabo a rabo a máquina do Sinditest.  Ele mudou como quis o Estatuto, primeiro numa farsa chamada de "congresso" em novembro/2014 (com direito a assembleias-fantasmas e atas inventadas).  Depois, abordando dezenas de artigos, numa assembleia de greve de pouco mais de uma hora, imediatamente antes de um churrasco no mesmo salão da assembleia, cujos odores de comida pronta e carne assada certamente fizeram os 500 presentes em 29/05/2015 focarem ainda mais a "atenção" no debate dos artigos do Estatuto...   Eis a "democracia operária" da pastora Carla.

A irregularidade maior, é claro, está na própria data de realização da prestação de contas. O Art. 10 do Estatuto tão enaltecido manda que se faça assembleia ORDINÁRIA de prestação de contas até o dia 31 de março de cada ano, versando sobre o exercício imediatamente anterior.  O exercício financeiro de 2013 é examinado até março de 2014; o de 2014 é visto até março de 2015.  Isto foi desobedecido, pois esta "assembleia de prestação de contas" se deu com atraso de 15 meses para 2013 e de 3 meses para 2014.  Uma assembleia também não pode analisar dois exercícios na mesma ocasião.

Outra notória irregularidade: diz o Estatuto (Art. 10, Par. único) que a assembleia de prestação de contas deve ser presidida pelo Conselho Fiscal.  Na mesa dirigente, ontem, no RU, estavam dois membros do CF 2012-13 (Valter Maier e Soraya) e 3 membros do CF 2014-15 (Vitor, Célia e João), mas quem presidiu a assembleia foi a pastora Carla, presidente da Diretoria do Sinditest.  Ora, bobagem, trata-se de "vírgulas" do Estatuto, conforme menosprezaram o texto do estatuto dois diretores do sindicato.

"Vírgulas" desprezíveis do estatuto também a perda do prazo de março, a demora em apresentar as contas e o descumprimento de prazos que a própria Diretoria estabeleceu em reunião de 22 de setembro de 2014, feita com o ex-presidente do CF 2014-2015 que, de tanto se sentir enganado e não-atendido para ver documentos contábeis, renunciou ao CF antes do fim do ano passado. 

O advogado do Sinditest, Dr. Avanilson - contratado sem licitação por ser do PSTU como a pastora Carla - informou que, em meados de 2012, entrou com uma ação judicial contra o ex-presidente Wilson Messias e o ex-tesoureiro Jonas Pinto (gestão 2010-2011, da qual a pastora também fez parte; veja foto de 2009 ao lado).  Por quê?  Porque até hoje eles não apresentaram nenhum relatório final de gestão nem prestaram contas do exercício de 2011.  

Quase certamente, podemos supor que, em seu arrazoado para justificar a ação contra Messias e Jonas, ele se baseou em dispositivos do Estatuto referentes ao tema, como os artigos 10, 20 e outros.  Havendo suspeita de irregularidades nessas contas de 2011 e possíveis danos ao sindicato, podem também ter sido convocados artigos da CLT, como o 552, que fala em malversação de recursos, dilapidação de patrimônio e crime de peculato.

Pois é, fez muito bem, neste caso, o Dr. Avanilson.  Curioso é que a mesma argumentação em uma ação judicial assim contra Messias também serve para os atrasos das gestões 2012-13 e 2014-15 comandadas pela pastora Carla!!  Ah, mas isso são "vírgulas" desprezíveis do texto do Estatuto, contestam os iluminados diretores atuais do Sinditest. Claro, a chefe deles está com o rabo preso lá atrás também!

Segundo o advogado do Sinditest, a ação contra Messias e Jonas continua correndo.  Esperamos que a ação seja bem sucedida e eles tenham que apresentar suas explicações...

E de quem a culpa quase total da demora das contas de 2013 e 2014?  Acharam o PSTU e seus acólitos atuais um bode expiatório apropriado, o ex-contador do Sinditest (desde 2003), Ewerton Teixeira, que teria "escondido" a contabilidade de 2013 e 2014 em local não-sabido.  Bode assim é bom, porque o ex-contador (que só saiu do Sinditest mesmo em dezembro/2014) hoje está em São Paulo e não estava na assembleia, podia ser chicoteado à vontade, sem direito de defesa.


Por falar em direito, a superdemocrática Mesa diretora nem direito de resposta deu ao servidor "Paraná", vítima de acusação mentirosa de um diretor do sindicato cujo nome é melhor deixar na sarjeta da história.  Direito de resposta não é inscrição normal para falar sobre o assunto da pauta, é para a pessoa atingida em sua honra pessoal poder replicar, e não precisa durar mais que um minuto.  A Mesa falaciosamente submeteu a voto do rebanho, digo, do plenário, abrir ou não mais falas, distorcendo o tipo de pedido de "Paraná" e obviamente o reban..., digo, o plenário, por maioria, censurou o direito de resposta.

Houve mais alguns absurdos nessa assembleia não-estatutária de contas de ontem, e possivelmente delas comentaremos em outras postagens.  Basta finalizar dizendo que, de suposto evento para examinar - e debater com respeito e democraticamente - os valores de receitas, despesas e sua adequação, aquilo se tornou novamente picadeiro para os "donos da verdade" do (baixo) clero da pastora Carla assacarem seus ataques pessoais, calúnias, rotulações pejorativas e autoproclamações bombásticas de hipercombatividade revolucionária, como comício de greve fosse.  Quer dizer, adeus ao objeto da pauta.  Nesses termos, impossível levar a sério a intenção anunciada pela vanguarda da vanguarda da vanguarda da vanguarda da vanguarda....  
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(*)Referência aos gurus teóricos do trotsquismo morenista que inspira o PSTU: o russo Leon Trotsky e o argentino Nahuel Moreno.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A nova roupa da direita

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Glória Alvarez em palestra no Instituto FHC, diante do próprio

Rede de conservadores dos EUA financia jovens latino-americanos para combater governos de esquerda da Venezuela ao Brasil e defender velhas bandeiras com um nova linguagem

Por Marina Amaral, do site Agência Pública

Já havíamos comentado neste Blog em abril sobre a vinda da jovem Gloria Alvarez à UFPR (ver matéria "Guatemalteca de centro-direita fará palestra na UFPR contra governos progressistas...") e denunciado as ligações da moça com entidades conservadoras dos EUA, que a financiam para tais viagens.  A palestra da jornalista de direita, no salão nobre da Faculdade de Direito, foi anunciada até na página principal da UFPR.

A matéria do site Agência Pública é algo longa, mas esclarecedora, vale a pena ler.  Desta vez, "Crazy Glorita" atacou na PUC-RS, para um auditório lotado.

Abaixo, alguns trechos iniciais da matéria.

O corpo é a primeira propriedade privada que temos; cabe a cada um de nós decidir o que quer fazer com ele”, brada em espanhol a loirinha de voz firme, enquanto se movimenta com graça no palco do Fórum da Liberdade, ornado com os logotipos dos patrocinadores oficiais – Souza Cruz, Gerdau, Ipiranga e RBS (afiliada da Rede Globo). O auditório de 2 mil lugares da PUC-RS, em Porto Alegre, completamente lotado, explode em risos e aplausos para a guatemalteca Gloria Álvarez, 30 anos, filha de pai cubano e mãe descendente de húngaros.

Radialista há dez anos, hoje com um programa na TV, Gloria é uma show-woman cativante. Conduz com desenvoltura a plateia formada majoritariamente por estudantes da PUC gaúcha, uma das melhores e mais caras universidades do Sul do país. “Quem aqui se declara liberal ou libertarista que levante a mão?”, pede ao público, que responde com mãos erguidas. “Ah, ok”, relaxa. Sua missão é ensinar a seus pares ideológicos como “seduzir e enamorar os públicos de esquerda” e vencer “os barbudos de boina de Che”, explica a jovem líder do Movimiento Cívico Nacional (MCN), uma pequena organização que surgiu em 2009 na Guatemala na esteira dos movimentos que pediam – sem êxito – o impeachment do presidente social-democrata Álvaro Colom.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Greve da FASUBRA: novidade concreta de Brasília ?

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Pode ser que dê em nada.  Ou pode ser que alguma contraproposta digna de avaliação pelos trabalhadores venha do governo federal.  A figura acima (clique nela para ampliar) mostra trecho do ofício do Ministério do Planejamento convidando sindicatos dos servidores federais para uma conversa amanhã (25), à tarde, em Brasília.  A linha de assunto fala em "contraproposta".  

Lembramos que o próprio Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em 9 de junho, enviou despacho ao MPOG e ao MEC instando-os a receberem em negociação a FASUBRA em greve e dando até um prazo: 10 dias. O prazo acabou na semana passada e até então, nada.  Porém, agora tem-se a reunião nesta quinta-feira.  Torçamos para ser algo concreto nesta negociação ainda emperrada.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Fundo de Greve: a receita adicional seria 80 mil ou 130 mil?

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Desculpem-nos, ilustres e iluminados diretores do Sinditest, a gente pedir para explicar, só queríamos entender.  A matéria de 16/06 no site do sindicato - que tenta esclarecer o (Saco sem) Fundo da Greve - cita dois valores diferentes do que seria a arrecadação acrescentada à mensalidade regular.

Antes de abril/2015, quando a mensalidade era de 0,5% sobre um valor aleatório entre o Vencimento Básico (VB) e a receita bruta, afirmava a Diretoria arrecadar 130 mil mensais. Quando o percentual foi dobrado em abril, incidindo agora unicamente sobre o VB, o aumento da arrecadação teria sido da ordem de 80 mil, ou seja, pulando para 210 mil reais/mês.  É isso?

Ora, na citada matéria, um trecho diz o seguinte: "(...) aprovaram em assembleia, na manhã desta terça-feira, 16, uma contribuição mensal de 0,5% sobre o salário-base dos servidores para o fundo de greve. O índice deve gerar um valor de cerca de R$ 130 mil mensais. O desconto, que começa a partir do próximo mês [julho], vai até quando durar a paralisação."

Mais adiante na matéria, há a declaração da tesoureira Rufina, afirmando que "Antes, a contribuição não era de 0,5% para todo mundo. Alguns contribuíam um pouco menos, outros um pouco mais. Nós padronizamos para 1%, o que nos dá um acréscimo de mais ou menos R$ 80 mil”.

Na conturbada greve de 2011, o presidente da época (Messias) falava de um valor que estaria sendo gasto na greve; o vice-presidente (Néris) informava outro montante; e o tesoureiro Jonas ainda citava um terceiro valor, nenhum batendo.  E até hoje não existe prestação de contas do Fundo de Greve do ano passado, apenas uma folha com o demonstrativo de alguns alegados gastos, sem maiores esclarecimentos.

Afinal, 80 mil ou 130 mil a mais?  E é mesmo preciso gravar o bolso dos filiados com esse desconto extra de Fundo de Greve se a arrecadação regular mensal do sindicato já aumentou bastante desde abril?  O filiado é taxado de todos os lados sem dó!

UPE faz Congresso em Cascavel e elege Bruno Pacheco o novo presidente

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A União Paranaense dos Estudantes, entidade que representa os universitários do estado, realizou seu 45. Congresso neste último final de semana na cidade de Cascavel.

Um nova diretoria foi eleita e o novo presidente é o estudante da PUC Bruno Schroeder Pacheco (foto), que fica à frente da entidade para a gestão 2015/2017. Pacheco se elegeu pela chapa “Luta Por mais Direitos”, encabeçada pela UJS (União da Juventude Socialista).

Outras duas chapas disputaram: "Unidade Popular", encabeçada pela estudante Lays Gonçalves, que é representante do coletivo Kizomba, e a chapa "Oposição de Esquerda", da Juventude do PSOL, que indicou Larissa Rahmeier.  O resultado final da votação foi 118 votos para “Luta por mais Direitos”, contra 44 da Unidade Popular e 11 da Oposição de Esquerda. 

O Congresso debateu diversos temas como a questão da maioridade penal e ainda a plataforma de luta da entidade para os próximos dois anos, no enfrentamento ao governo tucano de Beto Richa.
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Beto Richa tenta impedir que professores falem mal do governo em sala de aula

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A equipe do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), adotou a estratégia de perseguir os professores que contestam a política estadual de Educação e promoveram a greve e protestos que culminaram no confronto com a Polícia Militar, em abril. A Secretaria de Educação, comandada por Ana Seres - afilhada do presidente do PSDB local -, emitiu uma nota orientando pais e os próprios alunos a denunciarem os professores que falaram mal do governo à Ouvidoria.

Por Eduardo Nunomura, do site Jornalistas Livres

Em mais uma tentativa de mobilizar a opinião pública contra os professores do Paraná, o governo de Beto Richa (PSDB) publica na segunda (22/6) nota, pelo site da secretaria da Educação, em que afirma que os educadores que fizeram greve estão disseminando “apologias contra o governo do Estado”. E orienta que pais e responsáveis e os próprios estudantes denunciem às Ouvidorias dos Núcleos Regionais de Educação qualquer atividade ou conteúdo que considerarem indevidos.

A escola é, sim, um espaço democrático, mas para que se desenvolva o processo de ensino e aprendizagem, e não doutrinação”, comenta, na nota, a secretária da Educação, Ana Seres. “Em que pese o direito de cada um ter posição política numa democracia, questões políticas e partidárias não deveriam se sobrepor ao princípio de que os alunos estão na escola para aprender o conteúdo necessário para que sejam preparados para a vida”, acrescenta o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.

Há menos de uma semana, o governo Richa já havia adotado uma estratégia similar de manipulação de informações. Denunciou a existência de professores-marajás no Paraná, alguns recebendo salários de R$ 27 mil a R$ 17 mil. O texto, publicado no site do governo, afirma que em 111 cidades a remuneração desses profissionais é maior que a dos prefeitos. A nota não esclarece como se chega a esses salários “astronômicos”. Afirma que:

"O impacto é maior, principalmente, nas cidades do interior, onde o custo de vida é menor e o poder de compra dos salários praticados pelo Estado se sobressai em relação aos pagos pela iniciativa privada e pelas prefeituras."

Ao se colocar como vítima, o tucano Richa adota a tática de perseguir os professores que foram brutalmente atacados pelo seu governo em 29 de abril. Professores questionam os “salários” divulgados pelo governo. Os holerites teriam sido escolhidos a dedo, como a situação da uma professora que recebeu o abono de permanência em um mês, acumulados por anos de trabalho, e acabou sendo considerada “marajá”.
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sábado, 20 de junho de 2015

PSTU do Sinditest não deixa tocar essa música no RU Central

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Indiferente às necessidades dos estudantes carentes da UFPR e desprezando outros argumentos para não fechar o RU Central, o PSTU continua mantendo fechado o RU Central, que, fora do horário de assembleia, fica deserto. Uma burrice e uma pena.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Votar fundo de greve que vai ser pago pelos outros pode?

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A semi-esvaziada assembleia de terça-feira passada (16), no RU Central da UFPR, aprovou a criação de novo Fundo de Greve, a ser composto pelo repasse de mais 0,5% sobre o Vencimento Básico, além do 1% que todos os filiados já descontam regularmente.  Na opinião deste Blog, mais este desconto - depois que o caixa do Sinditest foi reforçado com a dobrada da mensalidade sindical desde abril – é um abuso, uma verdadeira garfada no contracheque.

Autorizar qualquer desconto novo no contracheque deve ser uma prerrogativa individual expressa do servidor.  Não consta também no "novo" Estatuto do Sinditest que uma assembleia extraordinária possa ter autoridade soberana para aplicar um desconto novo a título de Fundo de Greve, isto é, que a decisão de uma centena de pessoas represente – nesse quesito financeiro – a vontade de mais de 5 mil filiados.

De repente, surgiu outro questionamento: algumas pessoas NÃO-FILIADAS ao sindicato teriam votado naquela assembleia do dia 16 a favor do adicional desconto ao Fundo.  Pimenta no dos outros é refresco, não é?  Como pode alguém que não desconta regularmente, nem extraordinariamente, NADA para o sustento do sindicato votar para que OS OUTROS descontem?  Absurdo.  Moralmente e democraticamente errado e injusto!

Podem dizer que a aprovação da nova garfada a título de Fundo de Greve passou por ampla maioria.  Mas isso não apaga o fato de que, numa votação séria dessa ordem, a Mesa não prestou atenção para esse importante aspecto, juridicamente questionável.  Ou não quis faze-lo de propósito.  Porque a “democracia operária” do PSTU é assim, da grife “Caterpillar”.

O "liberou geral" do Projeto de Terceirização (PLC 30/15, ex- PL 4330) em debate no Plenário da ALEP

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Uma das mais graves ameaças de retrocesso na legislação trabalhista materializou-se na aprovação, pela maioria do plenário da Câmara de Deputados, do PL 4330, que libera a possibilidade de terceirizações também nas atividades-fim.  A implementação dessa desgraça, se acontecer (o que não esperamos), pode constituir, no serviço público, simplesmente o fim de carreiras e a precarização da mesma natureza que já ocorre em outros setores açambarcados pela prática rapinante terceirizadora.

O PL 4330, em primeira votação, foi aprovado na Câmara e agora está no Senado, sob o código PLC 30/2015.  A Comissão do Senado que o examina está fazendo audiências públicas e, amanhã, sexta-feira (19), vai ocorrer esse debate no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, a partir das 10h00.  A maioria das Centrais Sindicais, como CTB e CUT, estarão presentes para bradar em alto e bom som "Não" a mais esse retrocesso da "Era Eduardo Cunha" no parlamento.  O evento é aberto a todos os interessados.

Onde está o encaminhamento das recomendações da Auditoria do Sinditest de 2013?

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Auditoria foi feita nas contas do Sinditest dos exercícios de 2007 a 2011. O resultado da Auditoria saiu em outubro/2013.  A Assembleia chamada pela Diretoria do PSTU para expor esse resultado (a muito custo e cobrança) só saiu em março/2014, em assembleia da qual um trecho está no vídeo acima.

A auditoria achou irregularidades, entre outras, na venda da "chácara" de Piraquara ocorrida em 2009 sob a gestão Messias/Néris/Carla Cobalchini/Bernardo Pilotto/Zé Carlos Assis.  

A auditoria, em outubro/2013,  recomendou à Diretoria da Carla fazer perícia imobiliária no imóvel vendido de Piraquara, pois a suspeita é de foi vendido subfaturado, com dano para o patrimònio do Sinditest.

Na assembleia no vídeo, em março/2014, Carla recusa aplicar sanções disciplinares em seus ex-colegas de diretoria 2008-2009 Messias e Néris porque argumentava então (vejam no vídeo) que, para isso, era primeiro preciso fazer as tais perícias.

Onde está a perícia?  Não há dinheiro para pagá-la? Seria cara demais?

Ou será que, feita a perícia, isto reforçará a tese de dilapidação de patrimônio do Sinditest praticada por uma Diretoria 2008-2009 na qual Carla foi uma diretora bastante ativa e assinava documentos também para vendas de imóveis?

Contudo, na hora de meter a mão no bolso dos filiados para fundos e mais fundos de greve, dos quais não se presta contas, aí o gatilho é rápido.  Para abafar incômodos, o traseiro é grande para sentar em cima e fingir que nada tem a ver com nada.

CTB: Urge extirpar a corrupção do movimento sindical !

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O escândalo que levou à intervenção da Justiça no Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, foco de uma reportagem da Rede Globo exibida no “Fantástico” do último domingo, merece uma reflexão mais atenta e profunda do movimento sindical. A transformação da entidade num negócio da família Mata Roma, que somente na última gestão promoveu um desvio estimado em mais de R$ 100 milhões, é inadmissível e deve ser repudiada com energia e indignação. 

Por Adilson Araújo(*), no Portal da CTB

Note-se que a base daquele sindicato compreende um universo de mais de 400 mil trabalhadores e trabalhadoras, ao passo que os sócios não chegavam a 800. Por absoluta carência de ação sindical o piso da categoria é inferior a R$ 1 mil. O desvio moral liderado por Otton da Costa Mata Roma, que, com o capital acumulado na ladroagem, comprou aviões e virou proprietário de duas empresas de transportes aéreo, desdobrou-se, como era de se esperar, em desvio político, autoritarismo e traição aberta aos interesses dos comerciários e da classe trabalhadora em geral.

Os sócios já não desfrutavam sequer do direito ao voto. Em 2014 a diretoria foi eleita em assembleias-fantasmas, forjadas por dirigentes da UGT, que depois coletavam ou falsificavam assinaturas para fechar as atas eleitorais e ainda se hospedavam em um flat mobiliado e ganhavam uns trocados pelo malfeito. As leis da conveniência talvez expliquem o fato de Mata Roma ter sido eleito secretário de Relações Internacionais da UGT e permanecer na função, agora como licenciado, mesmo depois da intervenção no sindicato.

A reportagem da TV Globo mostra só um lado da história e pode induzir a opinião pública à conclusão de que o conjunto do movimento sindical brasileiro está contaminado pelo vírus da corrupção. Isto simplesmente não é verdade e a classe trabalhadora não deve se enganar com as falsas generalizações a este respeito, que servem aos propósitos alienantes da propaganda burguesa. É necessário saber separar o joio do trigo. A história do movimento sindical (do 1º de Maio, assim como do 8 de março)revela a coragem e o heroísmo de muitas lideranças na luta em defesa dos direitos trabalhistas.

O papel dos sindicatos, para o qual originalmente foram criados, é a defesa intransigente dos interesses da classe trabalhadora e, para que seja cumprido, é preciso honestidade, compromisso com as lutas e respeito à democracia. Todavia, há sindicalistas corrompidos, degenerados que traíram a confiança e os interesses das bases, assim como centrais sindicais que fazem o jogo da direita e dos patrões. 

Mas existem também sindicalistas honestos, comprometidos com a classe trabalhadora e empenhados de corpo e alma na luta contra a exploração capitalista e em defesa dos assalariados. É esta igualmente a teoria, e também a prática, da CTB, que se orienta por uma concepção classista de sindicalismo (democrática, autônoma e anticapitalista) e não dá guarida a corruptos.

Não podemos ser negligentes com a corrupção, mesmo porque ela é uma das principais causas da crise de representatividade que abala as instituições no Brasil e subtrai capacidade de mobilização e conscientização dos sindicatos. Não se trata de um fenômeno isolado. A falta de democracia nas gestões e principalmente nas eleições sindicais é companheira dileta da corrupção. É recorrente ouvir em nosso meio a cínica sentença de que em eleição sindical até o voto vale. Não é de se estranhar a falta de credibilidade.

Os dirigentes das centrais não podem ignorar a realidade escandalosa em seu entorno (revelada parcialmente e com sensacionalismo no “Fantástico”) e fingir que tudo vai muito bem, obrigado. A CTB defende a elaboração de um código eleitoral, atrelado ao recebimento das contribuições sindicais, com regras democráticas que garantam o direito à associação, transparência e lisura nos pleitos, coibindo as fraudes, restringindo os mandatos a quatro anos com direito a uma única reeleição. Quem não assinar não deve ter acesso à Contribuição Sindical e procurar sobreviver, se conseguir, das mensalidades.

Defendemos a mais ampla transparência na gestão dos recursos das entidades, que pertencem em primeira e última instância à classe trabalhadora; consideramos um crime imperdoável desviá-los em benefício próprio, empregando-os no enriquecimento ilícito de falsos dirigentes e seus familiares. Os sindicatos foram criados, com o sangue e o suor operário, como instrumentos de luta da classe trabalhadora contra a exploração e opressão capitalistas. É intolerável que se transformem em balcões de negócios de alguns velhacos oportunistas e mafiosos.
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(*)Adilson Araújo é presidente nacional da CTB.
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Atualização às 13h30: 
Chapa da CTB sai vitoriosa no Sindicato dos Comerciários do RJ - O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro está de volta à categoria. Depois de décadas sob o domínio da família Mata Roma, uma intervenção judicial possibilitou o que os trabalhadores comerciários tanto ansiavam: um pleito democrático para eleger a diretoria do sindicato. Com a totalização das urnas apuradas, a Chapa 1 - A Hora da Mudança, apoiada pela CTB, está eleita para a direção do Sindicato. Os números finais foram: Chapa 1: 874 votos; Chapa 2: 44 votos e Chapa 3: 143.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cota para mulheres é rejeitada na Câmara Federal do obscurantista Eduardo Cunha

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Mais uma demonstração ontem de quão conservadora, reacionária mesmo, é a atual legislatura na Câmara de Deputados, em especial sob o comando do evangélico fundamentalista e corrupto Eduardo Cunha (PMDB-RJ).  O plenário da Câmara Federal rejeitou, na noite desta terça-feira (16), emenda apresentada pela bancada feminina à reforma política (PEC 182/07, do Senado) que garantia um percentual de vagas no Legislativo para as mulheres. Foram apenas 293 votos a favor do texto, mas o mínimo necessário era de 308 por se tratar de uma emenda à Constituição. Houve 101 votos contrários e 53 abstenções.


O texto previa uma reserva de vagas para as mulheres nas próximas três legislaturas. Na primeira delas, de 10% do total de cadeiras na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais, nas câmaras de vereadores e na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na segunda legislatura, o percentual subiria para 12% e, na terceira, para 15%.

Desde 1995 as mulheres lutam pela cota de 30%. A rejeição da PEC, embora esta previsse um percentual abaixo do desejado, mantem a sub-representação feminina no parlamento, num país onde 52% do eleitorado se constitui de mulheres, mas somente 9,9% de parlamentares representam essa maioria populacional (51 deputadas no total de 513).  A democracia brasileira continua seriamente capenga e distorcida, com mais esse ato de bloqueio ao avanço civilizacional.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Garfada adicional em seu contracheque, filiado do Sinditest!

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Cerca de cem pessoas baixaram a cabeça e disseram ‘sim’ à cobiçosa proposta da Diretoria do Sinditest de extrair mais 0,5% do contracheque do filiado, na assembleia da manhã de hoje no RU.  A pretexto de constituir um novo Fundo de Greve.  Somente um servidor disse ‘não’ e uns cinco se abstiveram.

Depois de aprovar a dobrada na mensalidade sindical na farsa do “Congresso do Sinditest” de novembro de 2014, a Diretoria percebeu a docilidade de uma parte da base que vai a assembleias.  E aproveitou para de novo meter a mão no bolso dos trabalhadores. Já tramavam isso desde o começo do mês e este Blog comentou a intenção.  Como se o atual caixa do Sinditest, depois de aumentado em 100% desde abril deste ano com o novo percentual de desconto (1% sobre o VB), estivesse anêmico!

Na assembleia desta manhã, foi distribuído um impresso com o título  “Demonstrativos de Fundo de Greve 2015”, segundo o qual as despesas de maio/2015 até hoje já passam dos 71 mil reais.  Justifica? Tem até gasto de 1.500 reais com auxílio-creche.  Nem a Prestação regular das Contas do Fundo de Greve de 2014 foi feita até hoje (apenas esses “Demonstrativos”, sem detalhes e sem debate).

Era perto do meio-dia. Assembleia semi-esvaziada. Os servidores Bernardo Pilotto, Rufina (tesoureira atual) e Márcio (vice-presidente do sindicato) argumentaram a favor da nova garfada no contracheque.  Contrariamente, e defendendo que esse debate sobre o Fundo de Greve deveria ser adiado, estoicamente apenas o servidor Gessimiel “Paraná”.  Justa a disputa, não?  Três contra um.  Na hora do regime de votação, sequer se deu chance à defesa de proposta, uma para cada lado.  A votação assim encaminhada deu no que deu.  Mas tinha gente constrangida votando a favor...

Fica como interrogação se essa decisão de cem pessoas da categoria na assembleia vale pelo conjunto dos 5 mil filiados que sequer sabiam que Fundo de Greve seria ponto de pauta hoje.  Existem interpretações legais que demonstram que, sem anuência expressa individual de cada servidor, ninguém pode aplicar descontos sob uma nova “rubrica”, no caso o Fundo de Greve, também não previsto no “novo” Estatuto do Sinditest.


Não basta a inflação nacional. Não basta a alta de preços ainda maior no Paraná devido ao brutal aumento de impostos aplicado pelo (des)governo Beto Richa.   Ainda vem o sindicato - não saciado com a dobrada da mensalidade sindical - e agora aplica mais 0,5% de desconto sobre o vencimento já arrochado.  Vai ter servidor descontando mais de 50, 70, 100 reais/mês para o Sinditest.  Comemorem, filiados! 

Fachin toma posse no STF hoje às 16 horas

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O jurista Luiz Edson Fachin será empossado hoje (16) no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Fachin entrará na vaga deixada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou em julho do ano passado. A cerimônia está marcada para as 16h. Cerca de 2 mil convidados devem comparecer. Ele vai adotar o nome profissional de Edson Fachin. Amanhã (17), o ministro participará de sua primeira sessão na Corte.

Fachin foi indicado pela presidenta Dilma e passou pela mais longa e dura sabatina da história da República no Senado. Depois da sabatina, o plenário de senadores aprovou seu nome ao STF por 52 votos contra 27.

Na semana passada, Fachin entregou à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná sua carteira de advogado. O novo ministro também vai se licenciar do escritório da advocacia do qual é sócio em Curitiba. Os procedimentos são exigidos para investidura no cargo.

No Supremo, Fachin terá perfil aberto ao diálogo. Ele entende que as decisões da Corte devem ser fundamentadas e razoáveis para que possam ser cumpridas efetivamente. Para o jurista, o STF deve atuar exclusivamente como tribunal de controle constitucional, valorizando as decisões dos juízes de primeira instância. Recentemente, Fachin declarou algo óbvio, mas que soa mal aos ouvidos da grande mídia monopolista: que depoimentos de delação premiada, como os de bandidos da Petrobras na Operação Lava-a-Jato, constituem apenas indícios de crime, e dependem de provas para terem real valor condenatório contra terceiros.

Professor de direito civil da Universidade Federal do Paraná, Edson Fachin é sócio-fundador de um escritório em Curitiba especializado em arbitragem e mediação no direito empresarial. O advogado é mestre e doutor em direito das relações sociais e tem pós-doutorado no Canadá. Fachin foi também candidato a reitor da UFPR em 2001.
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Fonte: com informações da Agência Brasil

90 anos do vampiro Trevisan

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Nas histórias de terror, vampiros sugam sangue alheio para sobreviver, mas um detalhe parece escapar à maioria: se a vítima, depois de mordida, beber o sangue de um vampiro, ela também terá vida eterna. Assim Dalton Trevisan se alimentou das histórias e dos tipos curitibanos durante décadas e eles, por meio do Vampiro de Curitiba, ganharam a eternidade.

Por Irinêo Baptista Netto, no Caderno G da Gazeta do Povo

Ignore os rumores e as fofocas. Dalton Trevisan fez 90 anos neste domingo (14) e ele está bem, muito bem. Provavelmente melhor do que as figuras que espalham rumores e fofocas a respeito dele. (Mas, por favor, se ele perguntar alguma coisa, não diga que você leu isso aqui.)

A ideia de fazer um caderno especial para o aniversário do escritor não tem nada a ver com espezinhar o homem que abomina a vida pública.

E também não é como celebrar a obra de um autor cansado que ganha reconhecimento por serviços prestados. Não se trata de uma homenagem – esta edição é uma festa.

O fato de ele estar inteiro, escrevendo e reescrevendo – publica ao menos um livro por ano, todos os anos, há décadas – precisa ser comemorado. Chegar aos 90 anos é uma proeza. E se tornar um nonagenário com vigor é quase inumano. Vampiresco até. 

Como numa festa da primavera, pela dádiva da colheita ou coisa que o valha, a tribo de Curitiba deveria se reunir ao redor de cada livro novo de Dalton Trevisan para agradecer ao deus contista. Ou para agradecer a dádiva do conto.

Diante de uma data dessas – nove décadas –, alguém que obviamente não faz ideia de quem é o escritor e de como ele funciona poderia sugerir uma grande festa de aniversário com a presença do próprio Dalton.

Seria mais uma balada a figurar na lista de eventos que o escritor ignorou (a lista é boa e inclui a cerimônia do Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa).

Dane-se, diria Dalton. O conto é mais importante que o contista.

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#SemanaDoVampiro

Na internet, esta é a #SemanaDoVampiro. Além desta edição especial sobre os 90 anos de Dalton Trevisan, o Caderno G preparou também conteúdos exclusivos para a versão online. A Gazeta do Povotraz uma história em quadrinhos de Robson Vilalba (o conto “Uma Vela para Dario”) e tirinhas de Alberto Benett baseadas em seus contos. E também uma websérie” em vídeo com quatro curtas-metragens inspirados na obra de Dalton Trevisan – os contos “Em Busca de Curitiba Perdida”; “Apelo”; “Pico na Veia” e “Os Botequins”. E, por fim, há uma leva de minicontos para compartilhar nas mídias sociais durante a #SemanaDoVampiro.

Greve nacional da FASUBRA - um resumo da semana

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Conforme o mais recente Informe nacional da Greve (IG de 14/06), o movimento cresceu bem mais desde a deflagração, agora atingindo 65 IFES em todo o país, em todas as regiões.

Os representantes do MEC e MPOG, desde a última conversa em 22/05, não agendaram mais nenhuma reunião para negociar, até agora. No entanto, em 09/06, como mostra a figura acima (clique nela para ampliar), o STJ despachou a esses ministérios uma determinação tanto considerando a greve legal como para que se estabeleçam negociações de fato.

O despacho suscitou reações de ânimo no movimento, mas é preciso relativizar isso, uma vez que ele apenas insta o governo federal a agendar uma conversa e disso necessariamente não resultarão contrapropostas concretas dos ministérios.  Estes ainda estão esperando o fim dos cálculos para a nova lei orçamentária, para ver se algo sobra que contemple alguma demanda da greve dos TAEs.  Logo, é preciso prosseguir fazendo atividades de pressão.

Outro dado positivo é a aprovação, pelo Conselho Universitário da UFPR, em 11/06, de Moção de Apoio às reivindicações dos TAEs e também ao movimento paredista, o que ajuda a guarnecer os servidores em luta contra possíveis retaliações de chefias pouco tolerantes dentro da universidade.


Notícia estimulante vem de Foz do Iguaçu, onde os servidores da UNILA abriram um Blog da Greve 2015, que pode ser acessado em: http://greveunila2015.blogspot.com.br.  Isso permite contemplar conteúdos específicos da UNILA, ajuda a organizar localmente o movimento, inclusive para que ele prossiga por outras demandas depois que se encerrar a greve nacional.  Vale sugerir que outros campi do interior sigam o exemplo da UNILA, abram (ou reabram) blogs da greve, e usem esse instrumento como referência informativa e organizadora.

O Comando Nacional de Greve (CNG) marcou para a próxima quarta-feira (17/06) um Dia Nacional de Luta em defesa dos Hospitais Universitários, protestando contra a EBSERH e os resultados concretos de sua gestão nos HUs onde se estabeleceu.


Para a base do Sinditest-PR, ocorre na manhã de hoje a assembleia de greve desta semana, novamente no RU Central da UFPR, a partir das 9 horas.  Não se sabe se alguém pretenderá retomar nela o tema inoportuno do Fundo de Greve.  A FASUBRA cobra 15%, em uma parcela só (única), a título de Fundo nacional de Greve, para suprir as atividades do CNG em Brasília, mas no Sinditest há reserva de caixa suficiente para isso.

Abaixo o resumo do calendário nacional da greve até princípios de julho:

*17 de junho: Dia Nacional de Luta Hospitais Universitários, contra EBSERH e Terceirização 
*19 de junho: Reunião do CNG para Avaliação da Conjuntura Nacional e da Greve
*25 de junho: Dia Nacional de Mobilização conjunta dos trabalhadores do serviço público federal nos estados 
*3 de julho: Encontro dos advogados da FASUBRA com os advogados da base
*5, 6 e 7 de julho: Caravana a Brasília

domingo, 14 de junho de 2015

“A dívida pública é um mega-esquema de corrupção institucionalizado”

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Para ex-auditora da Receita, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega, sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro


Por Renan Truffi, na revista CartaCapital



Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições, para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A dívida pública é a espinha dorsal”.



Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli.



Esta não é a primeira vez que a auditora é acionada para esse tipo de missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana.



Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira, atualmente em 334,6 bilhões de reais, e provoca a necessidade do tal ajuste.



Leia a entrevista:



CartaCapital: O que é a dívida pública?

Maria Lucia Fattorelli: A dívida pública, de forma técnica, como aprendemos nos livros de Economia, é uma forma de complementar o financiamento do Estado. Em princípio, não há nada errado no fato de um país, de um estado ou de um município se endividar, porque o que está acima de tudo é o atendimento do interesse público. Se o Estado não arrecada o suficiente, em princípio, ele poderia se endividar para o ingresso de recursos para financiar todo o conjunto de obrigações que o Estado tem. Teoricamente, a dívida é isso. É para complementar os recursos necessários para o Estado cumprir com as suas obrigações. Isso em principio.

CC: E onde começa o problema? 

MLF: O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real. Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa dívida? Onde é aplicado esse dinheiro? E esse é o problema. Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. O que é isso? É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.

CC: E quem, normalmente, são os beneficiados por esse esquema? Em 2014, por exemplo, os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para 334,6 bilhões de reais no Brasil. Para onde está indo esse dinheiro de fato?

MLF: Nós sabemos quem compra esses títulos da dívida porque essa compra direta é feita por meio dos leilões. O processo é o seguinte: o Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende. Como o Banco Central vende? Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas. São os chamados dealers. A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo. De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda. Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC...é por isso que a gente fala que, hoje em dia, falar em dívida externa e interna não faz nem mais sentido. Os bancos estrangeiros estão aí comprando diretamente da boca do caixa. Nós sabemos quem compra e, muito provavelmente, eles são os credores porque não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação mais rentável do mundo. E só eles compram diretamente. Então, muito provavelmente, eles são os credores...

CLIQUE AQUI PARA LER TODA A ENTREVISTA.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

UNE ocupa o Ministério da Fazenda contra os cortes na Educação

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Presidentas da UNE e da UBES na ocupacao no Min. Fazenda

Uma grande caravana de estudantes do Brasil inteiro chegou em Brasília na tarde desta terça-feira (9) e já montou acampamento em frente ao Ministério da Fazenda. Eles protestam contra os cortes de verba na Educação em consequência do ajuste fiscal. Esta é a primeira ação da nova gestão da entidade, presidida agora pela estudante Carina Vitral. 

A presidente da UNE, Carina Vital, disse que o movimento dos estudantes ocorre em razão de o governo adotar como lema o “apoio à pátria educadora, enquanto corta recursos para a manutenção dos bandejões”. Ela acrescentou que os estudantes também protestam contra a demissão de servidores terceirizados, que dão o suporte administrativo às universidades.

Carina disse que os estudantes vão manter os acampamento até serem recebidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ela acrescentou que na tarde desta quarta-feira (10), os estudantes vão ao Congresso Nacional para protestar também contra a proposta que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.

A presidente da Ubes, Bárbara Melo, disse que o ajuste fiscal “ignora um problema real que existe hoje na educação brasileira: a saída da crise não passa pela diminuição dos investimentos e sim pelo aumento dos investimentos”.

A caravana partiu de Goiânia, onde foi realizado o 54º Congresso da UNE entre os dias 3 e 7 deste mês. Muitos dos estudantes que participaram do evento não voltaram para suas cidades e seguiram direto para Brasília nesta ação.
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Fonte- Portal Vermelho

Estudantes de Medicina da UFPR protestam por mais professores

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Na manhã de hoje (10), cerca de cem estudantes de Medicina da UFPR, mobilizados pelo DANC (Diretório Acadêmico Nilo Cairo), concentraram-se no pátio da Reitoria, chamando atenção com uma batucada para o problema da insuficiência de professores na instituição.

Segundo Eduardo, diretor social do DANC, o protesto mais especificamente se dirige contra um projeto de resolução do COPLAD que pretende considerar apenas 20% da carga horária cumprida por um professor que faça supervisão de estágio do curso de Medicina.  Estágios ocorrem nos dois anos finais da Medicina, mas sua carga horária é elevada proporcionalmente comparada à dos primeiros quatro anos. E a atividade de supervisão dos docentes é essencial para um bom aprendizado do estudante. Se desvalorizada a atividade de supervisão, muitos docentes podem desestimular-se de realizar supervisão de estágio.

Cartazes de protesto do DANC colados na Reitoria

Um texto na página de Facebook do DANC informa o seguinte:

"ALUNOS E PROFESSORES se concentrem amanhã, a partir às 08:30h no Pátio da Reitoria, protestando e lutando contra a aprovação da redução da supervisão direta do internato para 20%.  O internato representa cerca de 40% de toda a carga horária do nosso curso e é onde, de fato, desenvolvemos grande parte das nossas habilidades (...) não vamos nos curvar diante desta medida que irá destruir a qualidade do curso!".

O movimento estudantil de Medicina também engrossa a crítica ao déficit geral de servidores docentes e técnico-administrativos nas IFES, também manifesto na UFPR em diversos cursos, e os da área de Saúde não escapam a essa realidade.  Se o Programa REUNI foi positivo ao expandir o número de Universidades Federais, de cursos e de vagas, esse incremento não foi acompanhado do correspondente aumento de novos servidores concursados.  A luta por mais concursos públicos do RJU é atual e imperativa.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Ônibus da ANEL tombou na estrada. Para a direita

2 comentários:
Na madrugada de ontem, um ônibus que trazia 28 estudantes da UFPR vindos de evento em Campinas (SP), tombou na BR-116.  Felizmente, dos 16 machucados no acidente, nenhum se feriu com gravidade e hoje já tiveram alta hospitalar.  Suspeita-se que o motorista tenha cochilado ao volante e isso levou à derrapagem.

Os estudantes haviam participado, de 4 a 7/06, do congresso da ANEL ("Assembleia Nacional dos Estudantes Livre"), um aparelhinho paralelo montado pelo PSTU para tentar produzir divisão no movimento estudantil e na histórica UNE.  Consta que o evento da ANEL teria reunido mil estudantes em Campinas.  O 54o. Congresso da UNE, realizado em Goiânia de 3 a 7/6, congregou 10 mil estudantes.

Suspeita-se que a diretoria do Sinditest tenha bancado os custos da viagem acidentada dos ANELoides (mas o Sinditest não vive a reclamar de caixa com pouco dinheiro?).  Que um sindicato com receita mensal forte e fixa ajude a bancar algumas atividades de movimento estudantil, tudo bem.  

O que se questiona é que a ajuda do Sinditest, se ocorre, é sempre seletiva: sempre para entidades e eventos ligados ao PSTU, o partido da Diretoria do Sinditest, como é o caso da "entidade" paralela-divisionista ANEL.  Se o pessoal da UNE - a histórica e unitária entidade dos estudantes - fosse pedir uma ajuda material ou financeira ao Sinditest, rola?  Duvidamos!  Enfim, mais um exemplo de aparelhamento  partidário.

Educadores suspendem greve e transferem trincheira para as escolas: “Fora, Beto Richa!”

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Cerca de 100 mil profissionais da educação básica retornam às aulas na próxima quinta-feira, dia 11 de junho, depois de 43 dias de greve. Ao todo, os educadores ficaram 72 dias paralisados em protesto contra o sucateamento das escolas e o confisco da poupança previdenciária, pela melhoria das condições de trabalho, pela reposição na data-base de 8,17% e contra a corrupção no governo Beto Richa (PSDB).

O histórico movimento do magistério foi vitorioso porque, além de elevar a consciência da categoria, representou a vontade da sociedade em desmascarar os malfeitos da gestão tucana. Nesse período, os grevistas foram a garganta de todos os paranaenses quando gritaram “Fora, Beto Richa!”.

Ao retornar ao trabalho, professores e funcionários têm a missão de transformar cada uma das 2,1 mil escolas da rede pública do estado em trincheira de resistência. Um comitê pelo “Fora, Beto Richa!” com a participação da comunidade.

Os educadores foram muito valentes, pois enfrentaram a polícia, a Assembleia, o governo e o judiciário. Parabéns a todos pela luta vitoriosa”, avaliou o senador Roberto Requião (PMDB), especial ao Blog do Esmael.

A declaração do parlamentar refere-se ao massacre de 29 de abril, à ação da bancada do camburão na Assembleia, a compra da velha mídia com fartos recursos públicos, e a ação mancomunada da Justiça com o Palácio Iguaçu — em desfavor da educação.

Para o peemedebista, um passo atrás foi fundamental para reorganizar e garantir o exército coeso contra o desgoverno de Beto Richa. “O ganho dos professores pode até não ser econômico, mas o saldo político é evidente. O magistério tem que comemorar, apesar da luta desigual contra os poderes constituídos”, disse.

O magistério conseguiu a façanha de depenar o tucano em três meses, expor suas vísceras aos paranaenses, cuja essência de governo é a corrupção e a propina.

A greve, em certa medida, vinha servindo de “cortina de fumaça” para esconder a podridão no entorno de Beto Richa. Agora, a partir das escolas, transformadas em trincheira, será possível amplificar essa denúncia de que “há algo de podre no reino da richarada”.

Portanto, a partir desta quinta em todas as escolas e comunidades do Paraná, a palavra de ordem é “Fora, Beto Richa!”.
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Fonte: texto e fotomontagem do Blog do Esmael